Historicamente o paradigma para ter uma carreira de sucesso no automobilismo é você ter um subsídio financeiro familiar extravagante ou ter o apoio de grandes comporações que o validam como um potencial exponente de suas marcas.
Agora outro ponto, considerando seu desempenho profissional é que não é só chegar e sim se manter, poís existe uma cultura financeira e de subsistência fortissima no grid da Fórmula 1, e essa realidade faz com que muitas vezes se utilize a expressão “moneytalks”, sendo que existem pilotos que entraram na Fórmula 1 comprando suas vagas, como Stroll na Williams, Latifi na Williams e Mazepin na HAAS.
O que freia um pouco essas expansão e a obrigatoriedade da superlicença que foi imposta depois da entrada de Max Verstappen, pular a F2 e fazer praticamente seu 2° ano em formulas exatamente na F1 em 2015. E isso demonstra o quanto a regra vem sendo benéfica, fazendo com que os pilotos em seus anos de categorias de base venham acumulando pontos até conseguir os 40 pontos para conseguir a superlicença.
O primeiro piloto a entrar na F1, seguindo as novas regras da superlicença foi exatamente Lance Stroll que ganhou a F3 europeia em 2016, com uma larga vantagem conseguindo assim sua vaga na Williams em 2017, mesmo que essa vaga tenha sido comprada ele seguiu e conseguiu os pontos para conseguir a superlicença, já Latifi e Mazepin, conseguiram os pontos da superlicença, sem ganhar a F3 e muito menos a F2, mesmo fazendo temporadas por elas.

Antes de nos aprofundar no programa Red Bull Juniors, devemos falar de um programa que trouxe um dos que para muitos é um dos melhores pilotos da história da F1, Sir. Lewis Hamilton, que foi o primeiro piloto da academia da McLaren a entrar na F1 e correr por ela no ano de 2007, que veio para só dividir a equipe com Alonso atual campeão, mas Hamilton mostrou a que veio e brigou de igual para igual até a última etapa do campeonato de 2007 com grandes chances de ser campeão.
Hamilton, é o piloto com maior sucesso vindo de um programa de jovens pilotos da McLaren e com 7 títulos e 100 vitórias na F1, muito por isso demonstra um pouco do segredo de entrar na F1, talvez não esteja vinculado a dinheiro, mas sim ligado a uma equipe desde o começo da carreira ou de uma parte dela.
Seguindo o raciocínio, ainda com uma vaga para o Grid de 2022, de acordo com as Academias que os lançaram na F1 e suas respectivas equipes. Giovinazzi ainda sem vaga confirmada, mas por estar no grid, entra.

Olhando a tabela com mais cuidado, podemos observar um certo domínio de pilotos vindo das academias e com apoio delas, o que pode se chegar em conclusão é que de 20 vagas, 15 estão ocupadas por pilotos frutos de academias, mostrando que além de ter dinheiro, também deve ser bem assessorado por uma equipe de F1. O que pode te colocar em equipes na base postulantes a títulos, é muito comum ver pilotos das academias na Prema, ART, que dominam constantemente os campeonatos da F2 e F3, que são essenciais para conseguir os pontos para a superlicença.
O programa mais bem sucedido no quesito levar pilotos a Formula 1, é sem duvidas a Red Bull, e seu método de dar chances curtas para que seus pilotos demonstrem resultados. Sendo que é muito comum se ver pilotos com as cores da Red Bull correndo nas categorias de base.
O que eu chego na conclusão é que dinheiro é essencial sim, além de estar em uma academia, seja ela Red Bull e Ferrari as com maiores números de pilotos na F1, mas os dois juntos já que o próprio Petecof era da academia Ferrari, e sem dinheiro não conseguiu a vaga na Prema na F3 de 2021, equipe essa que sagrou o membro da Red Bull Jr. Dennis Hauger campeão da F3.
Observa-se um caso curioso na academia da Alpine, onde vimos uma bela atuação na F3 do Victor Martins, como o melhor rookie da temporada, em uma equipe até que modesta, mas o caso que mais se chama a atenção é de outro membro da mesma academia Oscar Piastri, que mesmo que seja campeão da F2 em seu primeiro ano, ele dificilmente vai ter uma vaga na F1 em outras equipes e muito menos na Alpine F1.

Com todos esses fatos vemos a importância de estar ali com dinheiro e na academia certa para chegar na Fórmula 1, e a importância disso com a implementação dos pontos para conseguir a superlicença.
Então qual o melhor programa de jovens pilotos da F1?
Cada vez mais as equipes de F1 têm investido em desenvolver jovens pilotos. Para isso, elas descem até mesmo ao kartismo com a esperança de descobrir o próximo campeão da principal categoria do automobilismo mundial antes das concorrentes.
A tática tem dado certo. Sebastian Vettel foi tetracampeão da F1 na época em que estava na Red Bull. Depois dele, formar jovens pilotos virou regra. Charles Leclerc, companheiro de equipe do alemão em 2020, é cria da Academia da Ferrari.
Max Verstappen e Alex Albon passaram pelo Red Bull Junior Team e hoje defendem a equipe da fabricante de energéticos. E a McLaren apostou em Lando Norris e está sendo recompensada pelo investimento feito nele.
Com programas de talentos surgindo por todo o grid, fica a questão: qual deles é o melhor para os jovens pilotos? Veja abaixo a minha classificação.
1º – Red Bull Junior Team
O programa da fabricante de energéticos tem o maior atrativo entre todas as iniciativas: duas vagas na AlphaTauri, na F1, reservadas para seus integrantes.
Foi justamente por ter sua equipe satélite que, em 2014, a Red Bull venceu a Mercedes na disputa por Max Verstappen. A marca rubro-taurina ofereceu ao holandês um lugar na F1 no ano seguinte, proposta que a montadora alemã não chegou nem perto de igualar.
Por outro lado, não está sendo tão fácil para o Red Bull Junior Team levar novos pilotos à AlphaTauri, tanto que a atual dupla da escuderia, Daniil Kvyat e Pierre Gasly, é formada por dois competidores que já passaram pela Red Bull, foram rebaixados, mas receberam uma segunda chance.

São muitos os motivos para a marca de energéticos ter dificuldade de promover seus pupilos à F1. Entre eles estão a quantidade enorme de contratações e demissões do programa (hire and fire, na expressão em inglês) e evitar colocar seus jovens na F2, categoria de base que mais distribui pontos na superlicença, o documento obrigatório para correr no campeonato principal.
Também pesa o fato de geralmente os jovens da Red Bull não terem mais acesso aos melhores equipamento nas divisões de base. Na época que os rubro-latinos tinham o único programa júnior do grid da época, seus pupilos dominavam os campeonatos por onde passavam, mas hoje eles precisam concorrer pelas vagas nos times de ponta com seus colegas da Ferrari, da Renault e da Mercedes, entre outras equipes.
2º – Academia da Ferrari
Dá até para dizer que os dirigentes de Maranello resolveram se inspirar no Red Bull Junior Team e tentar corrigir todos os problemas que existem no concorrente.
Por exemplo, a Academia da Ferrari também costuma contratar diversos pilotos todos os anos – para 2020, por exemplo, chegaram Arthur Leclerc e Dino Beganovic -, mas não tem o hábito de demiti-los. Tanto que Giuliano Alesi foi apenas o 15º na temporada passada da F2 e manteve seu posto no programa.
O problema é que às vezes a Ferrari exagera. Para o ano 2020 foram cinco os seus representantes na F2: além de Alesi, correm por lá Mick Schumacher, Callum Ilott, Robert Shwartzman e Marcus Armstrong.

E só há uma vaga garantida para eles na F1. Por contrato, a Ferrari tem direito a indiciar um dos pilotos da Alfa Romeo. Foi por esse arranjo que Charles Leclerc estreou na escuderia e agora Antonio Giovinazzi anda por lá.
Mas mesmo que todos os carros de Alfa Romeo e também da Haas sejam ocupados por jovens da Academia da Ferrari, ainda assim não teria espaço para que todo o quinteto da F2 chegue à principal categoria do automobilismo mundial.
3º – Mercedes
Diferentemente de Red Bull e Ferrari, a montadora alemã tem sido mais cuidadosa na hora de escolher seus pupilos. No momento, a marca tem contrato com três: o estoniano Paul Aron, o italiano Andrea Kimi Antonelli e o jamaicano Alex Powell, sendo que os dois últimos ainda estão no kartismo.
A boa notícia para o trio é que as chances de eles chegarem à F1 são grandes. Afinal, os outros três pilotos que já passaram pelo programa – Esteban Ocon, George Russell e Pascal Wehrlein – competiram por Force India, Williams e Sauber, respectivamente.
A má notícia é que, ao menos por enquanto, não há espaço para eles na equipe Mercedes. A esquadra tem preferido apostar em veteranos, como visto no fim de 2018, quando, apesar do mau desempenho, Valtteri Bottas teve seu contrato renovado, o que deixou Ocon sem lugar no grid para a temporada seguinte.
4º – Academia da Renault
O que Lucas di Grassi, Pechito López e Robert Kubica têm em comum? É que todos eles passaram pelo programa de jovens pilotos da Renault no começo de suas carreiras, mas conquistaram suas principais vitórias guiando por outras montadoras – Audi, BMW e Citroën, respectivamente.
É o famoso descobrir talentos para o adversário.

Isso acontecia porque a Renault não dava conta de absorver todos os pilotos que formava. Como a equipe estava brigando por títulos na F1 na época de Fernando Alonso, havia a pressão por resultados na pista, por isso a escolha por veteranos como Jarno Trulli e Giancarlo Fischella. Só depois que os jovens Heikki Kovalainen, Nelsinho Piquet e Romain Grosjean tiveram oportunidades.
O mesmo pode acontecer na atual configuração da academia da Renault. Apesar de contar com gente talentosa, como o dinamarquês Christian Lundgaard, o britânico Max Fewtrell e o brasileiro Caio Collet, a escuderia da F1 sinaliza preferir nomes com mais experiência, como a dupla titular formada por Daniel Ricciardo e Esteban Ocon.
5º – Williams
O lado bom é que a Williams é tradicionalmente uma equipe que costuma oferecer espaço para jovens. Foi assim com Nico Rosberg, Nico Hulkenberg, Lance Stroll, Valtteri Bottas e, agora, com George Russell.
O lado ruim é que normalmente eles precisam trazer -muito- dinheiro para ajudar nas finanças da escuderia.
Dessa maneira, o conceito de programa de jovens pilotos é um pouco às avessas. A esquadra até oferece aos seus pupilos a estrutura do time de F1, como acesso a simuladores e preparadores físicos, mas não costuma contribuir com o orçamento deles nas categorias menores.
É por essa razão que Jamie Chadwick, mesmo tendo sido campeã da W Series em 2019, não teve dinheiro suficiente para fechar contrato com uma equipe de ponta e subir para a F3 na atual temporada.
McLaren (sem classificação)
Com as saídas de Sergio Sette Câmara e Igor Fraga (ambos para a Red Bull), a McLaren não tem mais nenhum piloto em seu programa. Sinal de que a prioridade da equipe, neste momento, não é investir na próxima geração.
Uma pena, porque o McLaren Young Driver Programme teve bastante sucesso, levando Lando Norris e Kevin Magnussen até à F1.
Já Stoffel Vandoorme e Nyck de Vries também participaram da iniciativa, mas acabaram contratados pela Mercedes para sua equipe na Fórmula E.
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